Flávia Bernardo Dojas Spedicato

Há mais ou menos 1 ano nascia uma mãe. Uma mulher com muitas dúvidas, dificuldades, frustrações, uma mulher em uma fase de desconfiguração, de desconstrução, um indivíduo acuado e paralisada pelo medo. Os desconfortos da última semana de gestação desapareceram, as dores do parto foram anestesiadas pelas medicações, o organismo como matéria caminhava para a sua recomposição, pouco a pouco, com o término da gravidez. Era o fim de uma jornada e início do momento mais transformador da minha vida, eu estava bem ali, entre a luz e a escuridão.
A vida que acabará de nascer era estranha para mim assim como eu era para ela. Um bebê perfeito, doce, paciente, manso e sereno, o meu maior presente, o milagre da vida estava nos meus braços e os meus olhos se fecharam. A minha mente adoeceu e por algum tempo eu padeci. Padecia ao meu redor o mundo que conhecia, eu tinha tudo e nada me encantava.
Foi no meu momento de maior dor que eu fiz a escolha capaz de me curar. Foi ali em meio as lágrimas e a falta de ar que decidi fechar os olhos para me conhecer, optei em mergulhar fundo, ir onde o desconhecido habita e os nossos maiores terrores se reúnem. Eu havia me decidido pelo autoconhecimento. Eu escolhi a doença como caminho para encarar de frente as mudanças que galopavam em minha direção. Este momento o melhor e maior trunfo era aprender a respirar. Eu não tinham muitas soluções e nem muitas certezas, mas entendia toda a perturbações, era assustador, era sem volta, mas era transformador.
Busquei na respiração, juntamente com outras condutas como terapia, acolhimento familiar, medicação o tratamento para esse período e a Yoga me trouxe a respiração, o respeito, a confiança e a paz.
Me recordo com carinho da minha primeira aula. Em meio as experiências de tantos atropelos eu queria a paz, a paz mundial não, a paz interior. Me apresentei a Erica com estes dizeres e ela os acolheu. As aulas de yoga começaram, as práticas me trouxeram segurança, força, equilíbrio e a tão almejado respiração. A yoga me ajudou a reestabelecer o estado de saúde físico, mente e espiritual. A fé ocupou o lugar do medo, a reconstrução de um ser humano melhor começou. Eu me vi imperfeita com inúmeras excelentes qualidades. O perdão se fez vigente em todos os meus dias. Aceitei as ajudas e segurei nas mãos firmes que me reergueram. Segurei em sua mão Erica recebendo de ti orientações indispensáveis para “me levantar do chão sem o auxílio das mãos“. Aceitei sua sabedoria, aceitei os seus ensinamentos, aceitei durante este 1 ano que passou ser a mãe que sou capaz de ser.
Agradeço por doar o seu tempo, os seu estudo, a sua técnica, a espiritualidade, o seu respeito, a sua vibração positiva dia a dia. Gratidão por te conhecer e ter a oportunidade de aprender com você.
Namastê.

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